Sempre tida como uma segunda casa, a escola vai além de nos fazer aprender o básico sobre tudo, ela é um dos grandes fatores quando o assunto é formar caráter e aprender a conviver em sociedade, a escola é o lugar onde somos apresentados a diversas coisas, como por exemplo, nem sempre iremos agradar a todos e que a hierarquia estudantil – apesar de parecer muito hollywoodiana – existe na ‘vida real’. A escola procura suprir nossas ‘deficiências’, nos ajudando a adquirir o conhecimento necessário para que o ano do vestibular termine com êxito, e assim completaremos mais uma fase do ciclo da vida.
Por trás dos muros e do ‘amontoado’ de regras, a escola
torna-se ‘berço’ para primeiros amores e até desamores, vivemos praticamente em
um vídeo-game, tudo o que nos resta é zerá-lo para jogarmos novos jogos e
descobrirmos outras coisas.
A pressa de crescer e dar asas a liberdade, foi sufocada
pela realidade, sendo assim, não há mais como brigar com o destino, era hora de
acatar a decisão suprema e afincar raízes provisórias no interior.
Jornalismo, o tão sempre rejeitado curso por meus pais,
entrou na minha vida há anos, de maneira implícita, porém suficientemente
chamativa, quando me dei conta já havia trocado ‘qualquer curso que dê lucro’
pelo curso da minha vida. Depois de tantas discussões e aparente aceitação,
enlouqueço diariamente ao pensar como custearei a ‘brincadeira’ caso meus
planos não dêem certo; apesar de tudo, minha mente ainda é perturbada pelo
dinheiro e o tal lucro posterior, estes ainda são espíritos a serem exorcizados
diariamente.
Quando se está quase fechando as malas, colocando a mudança
em um caminhão e esses planos lhe são tirados, é quase como ver-se refém do
fracasso, ainda penso constantemente em como sairei daqui o mais rápido
possível. Por diversas vezes já me vi formada, trabalhando em Londres numa
revista independente e torcendo todos os dias para não amanhecer sem emprego,
porém feliz e recompensada apenas por pagar as contas e ao chegar em casa ter o
prazer de encontrar a mesma pessoa todos os dias, mas isso está mais para
delírio do que expectativa.
De tantas recordações de momentos marcantes, os melhores são
sempre aqueles em que na roda de amigos discutimos sobre a faculdade, o futuro,
ou sobre nada, só estávamos ali para rir e ouvir música ruim.
A filosofia tornou-se abrigo das idéias abstratas e antes
julgadas como sem nexo. Por via de novas descobertas, tudo pareceu encontrar um
encaixe, algumas reflexões sempre fizeram com que noites de sono fossem
perdidas, o sentimento de mudança trazia sempre a percepção de que era hora de
chutar alguns baldes e reconstruir a vida, com o preceito de que praticar a
ataraxia algumas vezes, ou ao menos tentar, faz bem. A melhor disciplina de todo o colegial está com os seus dias contados em minha vida, mas com certeza nunca me esquecerei dos ensinamentos e de como me sentia um ser sedento por mais conhecimento.
Fernanda Costa
Ps: Esse foi o meu último trabalho de Filosofia, entregue hoje, e não há nada que me deixe com mais aperto no coração do que saber que ano que vem não terei minhas duas aulas de calma por semana, o meu equivalente à educação física dos meninos.
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