quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Medo do mundo


“Hey, vai ter uma festa no sábado vamos?” “Ah, minha mãe não deixa.”
Perdi a conta de quantas vezes já disse “Ah, minha mãe não deixa” antes mesmo de perguntar para a própria. Um pouco era o medo, engraçado como o pessimismo me persegue nessas horas, eu penso em mil coisas que podem acontecer enquanto eu estiver fora de casa, as idéias vão de bala perdida até a sequestro, vamos la podem me chamar de louca, ninguém iria querer me sequestrar.
Por conta desse medo muita coisa eu deixo de viver, algumas dessas coisas que eu me nego a fazer trazem aquele sentimento de “ainda bem que eu não fui” depois que aconteceu, porque a coisa toda foi péssima, então a pessoa que me convidou pro programa super 'top' vem e fala "Foi péssimo, não perdeu nada."
Uma vez uma moça me disse "Você tem cara de quem fica na internet e lendo livros ao invés de sair, você é a intelectual da família", momento medo, a mulher praticamente revelou o que eu faço nas sextas e sábados a noite, mas a parte sobre "intelectual da família" foi exagero, é tipo QUEM? EU?
Voltando ao medo, eu tenho vontade de sair, sou humana né, mas o medo me atrapalha. Queria ser um tanto Avril em What the Hell, sair fazendo bagunça por ai (ok, não é pra tanto), mas eu sinto vontade de me libertar dessa gaiola que eu me aprisionei, é aquela coisa de "filha única é superprotegida". Quando a família é em bastante irmãos não tem como dar atenção apenas pra um, então a coisa toda fica meio liberal naturalmente.
Com 15 anos e alguns meses, me sinto uma criança de cinco anos misturado com um velinha de oitenta e tantos anos que é proibida de sair de casa pelos filhos maus.
Um dia eu tento tomar coragem e me libertar, antes disso eu vou continuar lendo e na internet, que alias eu sempre uso como motivo quando não acreditam que minha mãe não me deixou sair.

Fernanda gc.

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